Tens dúvidas?
Pergunta à Banda da Floresta – raposachama@agif.pt
As árvores são seres vivos, que podem ser caracterizadas como plantas lenhosas terrestres. Possuem um tronco principal e crescem em altura
e diâmetro por vários anos.
Como são produtores primários, isto é, realizam fotossíntese, os seus principais órgãos são as folhas, já que é nelas que se dá este processo.
As folhas podem tomar formas tão diversas como as recortadas de um carvalho, as finas e agudas agulhas de um pinheiro ou as inteiras como as dos eucaliptos. Os ramos organizam as folhas na copa de modo a otimizar a sua exposição ao sol para fazerem a fotossíntese, evitando a sua sobreposição. O tronco eleva os ramos e as folhas a grande altura, dominando sobre a restante vegetação. Este tem também a função de transportar a água e os minerais desde as raízes até às folhas e, em sentido inverso, os produtos da fotossíntese até às raízes. Estas, por sua vez, absorvem do solo toda a água e minerais que a planta necessita e, simultaneamente, fixam a árvore à terra.
As árvores têm dois tipos de crescimento: o crescimento em altura e o crescimento em diâmetro (engrossamento do tronco).O Dia Internacional das Florestas é comemorado todos os anos a 21 de março. Este Dia foi deliberado pelas Nações Unidas e é celebrado desde 2013. Tem como principal objetivo garantir que tu, a tua família, os teus amigos e os teus filhos possam continuar a beneficiar de tudo o que a floresta nos dá. A ideia é que todos nós possamos defender a nossa floresta e contribuir para a sua conservação e sustentabilidade.
Atualmente, a propriedade florestal em Portugal é essencialmente privada, cobrindo cerca de 86% da totalidade da floresta portuguesa, sendo esta das percentagens mais elevadas a nível europeu. A propriedade florestal privada é muito diferente entre o Sul para o Norte de Portugal: no Sul predominam as explorações agroflorestais (combinação de sobreiro e/ou azinheira com agricultura como campos de cereal, gado, etc.), de grande dimensão, enquanto que no Norte a propriedade florestal encontra-se muito dividida, predominando propriedades com áreas muito pequenas, situação que tem criado obstáculos à boa gestão e ordenamento dos espaços florestais.
A defesa, conservação e melhoria da gestão das nossas florestas passa pela alteração da relação que a sociedade e os cidadãos têm com ela, pelo aumento do conhecimento individual do seu valor, do funcionamento dos seus ecossistemas, de como cuidar e ainda, da alteração de atitudes e comportamentos.
Portugal depende de ti, de todos.Como proteger?
– Se os teus pais ou familiares têm uma área florestal, fazer a sua gestão para evitar que se queime de forma severa num incêndio. A gestão florestal dá rendimento e protege a floresta da intensidade e severidade dos incêndios rurais.
– Evitar incêndios, cumprindo as regras e evitando comportamentos de risco;
– Passear pelos espaços florestais sem destruir as plantas e assustar os animais;
– Não deixar lixo na floresta;
– Plantar árvores e arbustos autóctones;
– Comprar produtos certificados pois são a garantia que estes provêm de uma floresta com gestão sustentável (ex. Forest Stewardship Council – FSC ou Programme for the Endorsement of Forest Certification – PEFC);
– Reduzir, reutilizar e reciclar o papel;Que outras medidas poderás seguir para proteger a floresta?
Tu podes fazer a diferença!A cortiça é a “casca do sobreiro”, matéria-prima florestal retirada da árvore sobreiro. Portugal tem muitos sobreiros e é o principal país exportador de cortiça do mundo. A cortiça tem um amplo leque de usos e aplicações, sendo o mais tradicional o fabrico de rolhas para bebidas como o vinho, aguardente ou champanhe. Tem também muitas aplicações na construção civil como revestimento, devido às suas propriedades isolantes. É ainda utilizada em indústrias tão diversas como a automóvel, do calçado e a aeroespacial, entre uma infinidade de outras aplicações que não cessam de crescer. Sim, a nossa cortiça já foi à Lua!
O fogo é uma reação química, denominada combustão, que envolve a oxidação rápida de materiais combustíveis (qualquer substância capaz de arder), a acompanhada pela libertação de energia sobre a forma de calor e luz. Uma fonte de calor externa é geralmente necessária para iniciar um fogo (energia de ativação).
Os três lados do triângulo do fogo mostram que para originar um fogo é necessário, nas proporções adequadas, oxigénio, calor e combustível. Se algum destes componentes for removido, não pode existir o fogo.
O ar que suporta um fogo tem de ter pelo menos 16% de oxigénio. O ar que nos rodeia contém cerca de 21% de oxigénio.
O calor e a temperatura estão associados. Calor é um tipo de energia em desordem e a temperatura é a medida do grau dessa desordem.
O último componente é o combustível, considerado qualquer material capaz de arder. Isto inclui vegetação viva, ramos, agulhas, troncos caídos, folhas, estruturas construídas em madeira, etc.O fogo é um dos fatores mais importantes na dinâmica de muitos ecossistemas terrestres, em especial dos ecossistemas mediterrânicos. Para que um incêndio tenha início e se propague é necessária a combinação de três fatores: combustível (vegetação), comburente (condições meteorológicas apropriadas/oxigénio) e calor (fontes de ignição). Estes três fatores correspondem ao que apelidamos de triângulo do fogo.
O comportamento do fogo compreende a maneira como os combustíveis se inflamam, como as chamas se desenvolvem e o fogo se propaga. Este comportamento é determinado por três fatores:
- Quantidade e tipo de vegetação presente (espaço florestal). Este tipo de combustível faz variar a velocidade de ignição e propagação de um incêndio florestal;
- Condições meteorológicas existentes;
- A topografia da região onde o fogo arde (ex. declive, orientação das encostas e características do terreno).
O risco de incêndio rural é a probabilidade de se um fogo se iniciar poder ficar muito forte e intenso colocando a floresta, casa e pessoas em perigo. Nunca esquecer que não é só a floresta que arde. Animais, agricultura e as casas também podem arder e as pessoas ficarem feridas ou mesmo morrer.
O Risco de Incêndio Rural pode ser consultado diariamente no site: https://www.ipma.pt/pt/riscoincendio/rcm.pt/. Este risco indica-nos o risco diário, face à situação meteorológica no nosso país.
Painel de risco de incêndio:COR VERDE – RISCO REDUZIDO: ignição difícil, propagação de incêndio lenta.
COR AMARELA – RISCO MODERADO: ignição e propagação de incêndio moderada.
COR LARANJA – RISCO ELEVADO: fácil ignição, intensidade moderada a elevada e propagação moderadamente rápida.
COR VERMELHA – RISCO MUITO ELEVADO: intensidade elevada e propagação rápida, ignição rápida de fagulhas com possibilidade de fogo de copas.
COR VERMELHA ESCURA – RISCO MÁXIMO: intensidade e propagação de incêndio externa, possibilidade de focos secundários intensos.
É a redução de material vegetal e lenhoso de modo a dificultar a propagação do fogo. Significa cortar as ervas, os arbustos e as árvores, em algumas áreas (ex. ao redor de casa), de modo a reduzir a probabilidade de propagação do fogo e com vista à redução da sua severidade.
A gestão de combustível deve ser feita como forma de proteger as nossas casas e aldeias, tornando-as mais seguras.Sim! Sempre que se fizerem queimas ou queimadas devemos ter em atenção as condições meteorológicas, assegurando que são adequadas à sua realização, consultando o Risco de Incêndio Rural.
A realização de queimas e queimadas devem ser comunicadas e autorizadas previamente pelas autoridades: fogos.icnf.pt/queimasqueimadas ou através do número 808 200 520. Não te esqueças de avisar os teus pais e avós!- Manter uma faixa pavimentada (cerca de 2 metros) ao redor da minha casa;
- Manter árvores ao redor da casa, desramadas 4 metros acima do solo e com as copas distantes uma das outras pelo menos 5 metros;
- As árvores e os arbustos devem estar afastados da casa 5 metros;
- Conservar o mato limpo, num raio de 50 metros em redor da casa;
- Manter a cobertura e as goteiras da casa completamente limpas (ex. carumas, folhas ou ramos);
- Colocar uma rede de retenção de faúlhas na chaminé da casa;
- Manter as botijas de gás de reserva, bem como as que estiverem vazias, longe da casa;
- Manter os sobrantes de exploração agrícola ou florestal afastados pelo menos 50 metros da casa;
- Guardar as pilhas de lenha longe da casa;
- Manter uma faixa de 10 metros, limpa de matos de cada lado do caminho de acesso a casa.
Se vires algum fogo coloca-te sempre em segurança (afasta-te do incêndio e não tentes apagá-lo sozinho) e avisa um adulto para que possa ligar para o 112. Se vires alguém a ter algum comportamento de risco ou comportamento proibido, avisa um adulto para que possam comunicar a situação às autoridades.